Se você me acompanha por aqui, sabe que sou pró-delegação e formação de times de alto rendimento. Times que superem desafios e para crescerem juntos. Afinal, aquele que não forma pessoas se torna escravo de seu próprio sucesso. (Leia esse artigo também, dono, para começar a sair dessa escravidão).
Sabemos que um dos aspectos que impedem a delegação de funções dentro da equipe é o medo de ter que entregar feedbacks que atrapalhem a imagem do chefe-amigo, e assim torna-se mais fácil assumir todas as responsabilidades sozinho do que dedicar-se verdadeiramente ao treinamento dos colaboradores.
Para falar da importância do feedback, vamos fazer um paralelo: durante a infância, nos acostumamos a receber respostas sobre nossos comportamentos; seja por parte da família, da escola, da religião ou de qualquer outra instituição que, de alguma forma, pretenda moldar nossos valores. O problema é que, como estes feedbacks normalmente vêm em forma de repreensão, crescemos com a ideia enraizada de que todo retorno é necessariamente negativo e que a crítica é algo prejudicial.
Assim, quando começamos a empreender, o medo de entregar feedbacks à equipe torna-se tão grande que preferimos seguir um caminho mais cômodo - mas muito mais prejudicial - e tomamos para nós mesmos todas as responsabilidades da empresa, impedindo assim que os colaboradores tenham a oportunidade de aprender e crescer.
Para ajudar a reverter este cenário, separei dicas importantes de como fornecer feedbacks de forma saudável e construtiva, para que você comece este ano abrindo um novo espaço para diálogo no seu ambiente de trabalho.
1. Aproxime-se de seus colaboradores
Para que um feedback funcione, é preciso que haja proximidade entre quem fala e quem escuta. Já assessorei empresas nas quais a pessoa responsável por conversar com os colaboradores só era vista nas próprias reuniões de feedback; ou seja, não existia uma relação real entre os gestores e os funcionários.
O feedback é uma conversa que precisa, necessariamente, envolver confiança de ambas as partes. Só assim o colaborador irá entender que as críticas ou elogios estão sendo feitos para o bem de seu próprio desenvolvimento dentro da empresa, e não para prejudicar seu caminho pessoal.
2. Depoimento x julgamento
O feedback precisa ser um depoimento, e nunca um julgamento. Na hora de dar um retorno a um colaborador, a maneira mais eficaz de comunicar-se é demonstrando objetivamente o que aconteceu e o que deveria ter acontecido, apontar as diferenças de forma clara e estabelecer um acordo para que, no futuro, a situação seja resolvida de forma diferente. Jamais assuma um papel acusatório ou rotule as capacidades de outra pessoa. Mantenha-se objetivo e lembre-se de que esta é uma oportunidade de ensinar um caminho melhor para seu colaborador.
3. Elogie em público, critique em particular
Esta é uma máxima que sempre vale no mundo empresarial. Quando for dar um feedback em forma de elogio - e vale aqui lembrar que estes são tão importantes quanto as críticas -, fazer isso em frente à equipe mostra que você reconhece e valoriza o trabalho de seus funcionários. Por outro lado, é aconselhável deixar as corretivas para conversas individuais, porque só assim o colaborador envolvido terá espaço e privacidade para refletir e comprometer-se com a melhora.
4. Rápido, claro e direto
Nossa recomendação é que, entre a situação ocorrida e o momento do feedback, o gestor não ultrapasse um tempo de 24 horas para entrar em ação. Pouco adianta chegar no final do mês e querer conversar sobre algo que aconteceu semanas atrás, porque o momento já passou e a crítica - ou o elogio - já perdeu o sentido.
Ao sentar para conversar com um colaborador, procure ser claro e direto sobre o que precisa falar. Um bom feedback não precisa ultrapassar 5 minutos: é o tempo de expor o ocorrido, orientar uma forma melhor de trabalhar a situação no futuro e estabelecer um novo acordo entre ambas as partes. Não há necessidade de se enrolar nas explicações ou perder o foco da conversa.
Acima de tudo, utilize estas dicas para lembrar a si mesmo que delegar é um processo educacional, e uma cultura empresarial saudável é capaz de proporcionar uma distribuição de tarefas de forma fluida e natural, beneficiando a equipe como um todo.
Se definir e fortalecer uma cultura empresarial está sendo um desafio para você, assista essa aula onde entrego o passo-a-passo para você construir uma cultura empresarial extraordinária.
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